domingo, 24 de outubro de 2010

Comunicação, Cooperação e Colaboração


Sabemos hoje que a comunicação é essencial para a construção do conhecimento, especialmente a comunicação através do diálogo, da negociação ou de discussões entre pares, mas também entre alunos e o professor. A aprendizagem perspectivada como um processo social (Vigotsky, 1978) ajuda a promover o desenvolvimento de competências sócio-cognitivas, cada vez mais valorizadas na nossa sociedade, através do que o autor designa por Zona de Desenvolvimento Proximal, ou seja, a possibilidade de um indivíduo beneficiar com a capacidade de outro indivíduo (colega ou professor) que esteja num patamar de desenvolvimento cognitivo mais elevado. A utilização de várias ferramentas disponíveis na Internet também possibilitam este este processo de comunicação através de salas de conversação, de ligações telefónicas, de videoconferência entre tantas outras.

Cooperação e colaboração são dois conceitos muitas vezes confundidos. Embora os seus significados sejam muito semelhantes existem diferenças que os caracterizam. De acordo com Henri e Rigault (1996), as abordagens cooperativas são aquelas desenvolvidas no seio de um grupo, cujas actividades ou tarefas são desenvolvidas e realizadas por cada elemento do grupo individualmente enquanto que, e a diferença reside aqui, em abordagens colaborativas as actividades são realizadas em conjunto pelos menbros do grupo utilizando-se (e desenvolvendo-se) competências de comunicação. Por este motivo, é imprescíndivel que o professor oriente o trabalho dos alunos para se tirar partido ao máximo da interactividade entre pares, implicando a negociação das aprendizagens e a responsabilização das actividades desenvolvidas.

 
Nas mais recentes abordagens educativas, tem-se vindo a defender cada vez mais a teoria do construtivismo social que permite aos alunos construir o seu conhecimento de uma forma activa. Pretende-se que estes modelos de aprendizagem se centrem na comunidade de aprendizagem deixando para trás a transmissão de conhecimentos veiculados do professor para os alunos que não permitia uma verdadeira apropriação do conhecimento. Assim, através da aplicação de abordagens construtivistas, o aluno pode relacionar os conhecimentos que construiu e as competências que adquiriu e desenvolveu com as suas próprias experiências e com a visão que tem do mundo. Isto significa que os conhecimentos que constrói não são desprovidos de conteúdo ou de significado, mas que estão de acordo com a realidade que o rodeia. As abordagens construtivistas sociais apoiam-se fortemente na promoção do diálogo e de discussões, assim como da negociação das aprendizagens. A troca de ideias é fundamental para a construção do pensamento de nível superior.

Bibliografia:

Carvalho, Ana Amélia Amorim (2007). Rentabilizar a Internet no Ensino Básico e Secundário: dos Recursos e Ferramentas Online aos LMS. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 03, p. 31. Consultado em Junho de 2010 em http://sisifo.fpce.ul.pt/

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